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sábado, 12 de setembro de 2015

Quem foi D.M.Panton?

D.M.Panton (1870 - 1955)


David Morrieson Panton nasceu no ano de 1870 na Jamaica, e seu pai foi um missionário da Igreja da Inglaterra. Seu tio era o arcebispo das Índias Ocidentais. Panton estudou direito em Cambridge, na Inglaterra, com o propósito de se tornar um advogado. Na faculdade, no entanto, ele teve um tutor, chamado Labarestier. A partir dele, pela primeira vez ele ouviu as doutrinas da vinda do Reino e da glória de Cristo durante os últimos mil anos de existência da terra, e das condições em que os discípulos devem ser chamados a partilhar este reinado especial.

Estas verdades revolucionaram sua vida, e tudo isso o levou a abandonar a carreira jurídica; a viver na recusa de favores e recompensas; nunca ter se casado (se dedicando inteiramente à palavra), viver em alojamentos, com simplicidade, derramando toda a sua vida e energia por meio de bênçãos expressas em tudo que ele tocou. Estas verdades e toda esta doutrina bíblica, ele expôs e defendeu em muitos panfletos e escritos. Nos últimos 31 anos de sua vida, fez isso por meio da revista The Dawn [O Alvorecer]. Ele foi o fundador, proprietário e Editor, dessa revista, que foi um instrumento para tornar conhecidas as doutrinas que, embora claramente enunciadas na Palavra de Deus, se tornaram praticamente uma letra morta para a maioria dos cristãos.

Houve uma época em que a grande doutrina fundamental da Justificação pela Fé tinha sido apagada da mente dos cristãos, até que Lutero foi levantado e comissionado por Deus para a desenterrar e torná-la conhecida. Da mesma forma, a doutrina de responsabilidade e prestação de contas ao Redentor por parte de cada alma redimida, deixou de fazer parte do conhecimento da maior parte da Igreja. E o efeito futuro gerado sobre o crente a respeito da forma em que vive a sua presente relação com seu Redentor é completamente ignorado pela maioria. Como um agente responsável de Cristo, ele deverá prestar contas de sua administração no tribunal de Cristo; e dos lábios de seu Senhor ele receberá a sentença devida, seja ela boa ou ruim, de acordo como a sua conduta. Tudo vai depender da forma como ele viveu, se tem sido fiel ou infiel, obediente ou desobediente, santo ou pecador. Isso é quase que ignorado no ensinamento da Igreja, e só o pensar nisso é odioso para muitos. No entanto, isso é tão claramente definido na Escritura como é a doutrina da justificação pela fé. Esse ensino se destina a produzir o amadurecimento, firmeza e vitória na vida do discípulo que observa e aguarda o retorno de seu Senhor. Assim ele poderá sair com alegria para encontrá-Lo e ser recebido por Ele.

D.M.Panton acreditava que Deus colocou o “The Dawn” em suas mãos para dar a conhecer amplamente estas doutrinas. Ele se alegrou de não estar algemado por interesses financeiros, podendo assim proclamar todo o conselho de Deus, sem pensar em qualquer presente retorno para si mesmo. Ele foi fiel a seu cargo até o fim. 

"Embora no final de sua vida ele estivesse praticamente acamado, fraco e dependente de cuidados de seus irmãos, e sua mente tivesse se tornado quase um branco para muitas coisas do presente, ele ainda estava totalmente vivo para as coisas de Deus. Ele trabalhou sem vacilar dentro do seu cronograma para produzir cada edição da "The Dawn". Quando foram buscar a edição de junho para impressão, ele corajosamente alegou que já a tinha produzido e enviado, e que estava começando a edição de julho no dia seguinte. Ele não começou a edição de julho no dia seguinte - mas foi insistente que a edição de junho já estava concluída. Nós não conseguimos encontrá-la em suas pilhas de papéis, nem poderíamos mexer muito de perto nelas, porque ele achava que iríamos desorganizá-las, apesar de parecer uma confusão para nós, não era para ele. Nós acreditamos que ele tinha se confundido em supor que havia conseguido concluir a edição. No dia seguinte, ele parecia muito mais com seu antigo eu. Ele pediu que limpássemos os seus  óculos e pegássemos sua Bíblia, e leu a segunda epístola de Paulo por algum tempo. Parecia que ele estava revivendo novamente; então ele adormeceu. Sua Bíblia se encontrava aberta, onde estava lendo, e ele não retornou mais à consciência. Os pensamentos que tinham enchido o coração de Paulo, aquele guerreiro valente, quando escreveu a Timóteo pouco antes de sua morte, encheram o coração do nosso amado guerreiro quando passou para a presença do Senhor, que ele amou e serviu até suas últimas forças: "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Desde agora, está reservada para mim a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a Sua vinda". As palavras com as quais ele havia nos exortado durante a sua longa vida, foram o seu próprio conforto em seus momentos finais.

Descobrimos, depois de sua partida, que ele havia realmente produzido a revista de junho! Ele tinha rotulado por engano a edição de “maio”.

Ele havia a preparado dentro dos prazos, a tempo para a sua emissão habitual em junho, ainda que tivesse sido levado para estar com o Senhor no dia 20 de maio. Ele realizou seu trabalho até o fim sem falhas. Não deixou nenhum trabalho pela metade, inacabado (Algumas dessas memórias são extraídas da última edição da Revista "The Dawn").



Extraído de um texto de Roel Velema.

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