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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Quem foi Robert Govett?


Robert Govett (1813 - 1901)


Robert Govett (Staines, Middlesex, 14/02/1813 - Norwich, Norfolk, 20/02/1901) foi um teólogo Britânico, pastor independente da Surrey Chapel, em Norwich, Norfolk, Inglaterra. Seu avô materno foi William Romaine (1714-95), um famoso pastor e evangelista do século 18, autor do livro “A Vida, Caminhada e Triunfo da Fé”. Durante os anos de seu ministério, Robert Govett se tornou conhecido por causa de sua brilhante capacidade dedutiva e analítica. Ele escreveu muitos livros. O mais conhecido foi “O Apocalipse” (1861-65). O professor Wilbur M. Smith disse sobre esse livro: “Essa é uma das mais profundas obras sobre o Apocalipse que eu conheço. Minha opinião é que ele traz em sua interpretação um conhecimento mais completo das Escrituras e sua conexão com o último livro da bíblia, do que qualquer outro autor dessa geração”.

Govett era da opinião de que as Escrituras deviam ser sempre reexaminadas e escrutinadas, quando houvesse alguma nova luz recebida. Por causa disso, com o passar dos anos, tornou-se independente em muitos dos pontos de vista denominacionais outrora adotados.

Spurgeon uma vez disse sobre Govett: “O Sr.Govett escreveu cerca de cem anos antes do seu tempo, e chegará o dia que suas obras serão entesouradas como o ouro refinado.” Ele foi cada vez mais tomado com o assunto de escatologia, e defendia a opinião de que antes da Grande Tribulação haverá um arrebatamento parcial ou seletivo, e que apenas aqueles santos dignos desse arrebatamento (as primícias) serão dignas de reinar com Cristo durante o Milênio. Ele parece ter sido um dos primeiros, se não o primeiro, a apresentar uma visão clara do tribunal de Cristo e do seu propósito em relação ao reino milenar. Assim, este é um ponto de destaque dentro da maior parte de seus escritos. Através da Escritura, ele delineia claramente a diferença entre a vida eterna, o dom gratuito que Deus dá àqueles que aceitam o preço pago pelo Seu Filho, e o prêmio, a recompensa do reino milenar, que se pode alcançar através da produção das boas obras ou frutos que emanam de uma caminhada de fé. O último dos dois é oferecido a todos os santos pelo Todo-Poderoso, mas só é dado àqueles que tenham se submetido à obra do Espírito Santo em direção à santificação pessoal.

Embora ele tenha iniciado seus deveres na Igreja da Inglaterra como um pastor anglicano, foi ao testemunhar um batismo de imersão que se tornou imediatamente convencido da sua integridade bíblica, e, posteriormente, foi assim convencido do erro do batismo infantil por aspersão. Pouco depois, renunciou ao seu cargo dentro da Igreja da Inglaterra, sem saber como iria se sustentar. Foi neste momento, depois de ter sido fiel à verdade mostrada a ele, que o Senhor interveio. E, como recompensa por sua obediência, o pastorado surgiu em uma comunhão independente em Norwich.

Eventos como estes se tornaram um ciclo que se repetiu diversas vezes ao longo de sua vida. À medida que o Senhor lhe revelava alguma nova verdade, ele respondia, na prática, corrigindo seus pontos de vista e pregando em conformidade com a revelação e luz que tinha acabado de receber. Havia poucos pontos, dentro de suas próprias crenças, que mantinha em segredo. Como resultado, em sua busca pela verdade, estava aberto a examinar a mais ortodoxa das doutrinas. Isso, algumas vezes, significava ser condenado ao ostracismo por aqueles que tinham permitido que a tradição se instalasse e assumisse o lugar onde existia a vida “do Cabeça”. Mas, Govett estava disposto a pagar o preço. Além disso, estava tão ocupado em conhecer e servir a seu Deus amoroso, que era tão vivo em sua vida de uma forma tão prática, que ele nunca se casou. Em vez disso, permaneceu fiel ao chamado sobre sua vida, pastoreando o rebanho que tinha sido dado a ele em Norwich até o momento que o Senhor achou por bem levá-lo para casa.

Há duas características predominantes dentro de seus escritos, que produziam um testemunho de alguém que tinha amadurecido em uma caminhada íntima com o Senhor. Uma delas era a sua capacidade de tomar as diversas facetas dos tipos, sombras e símbolos da Palavra e sobrepô-las, a fim de compará-las umas com as outras. Essa abordagem foi usada por ele para confirmar se seu entendimento ficou em linha com as razões e propósito de Deus. Por exemplo, se o simbolismo subjacente entrou em conflito com o que parecia ser o significado literal de uma porção da Escritura, ele tentaria resolver o conflito até resolver o problema. Assim, seus escritos são ricos nos tipos e sombras do Antigo Testamento, que ele considerava que deveriam ser aprendidas caso fosse esperada uma compreensão adequada do seus cumprimentos no Novo Testamento. A outra, era a capacidade que ele desenvolveu de entrar no sentido profético da Palavra. Este é um traço que é distintivo entre os que têm desenvolvido uma sensibilidade em seu espírito para a mente do Espírito, a tal ponto de adquirirem uma capacidade aguda de extrair da bíblia o “Rhemma” ou palavra viva.

Em sua época, ele era um instrumento usado pelo Senhor para levar as almas dos homens do leite da palavra para o alimento sólido. 

Ele pastoreou a Igreja de Surrey Chapel até sua morte. D.M.Panton foi seu sucessor. Alguns membros conhecidos da sua congregação foram Evan Hopkins e Margaret Barber. Margaret Barber se tornou conhecida como mentora espiritual de Watchman Nee.




Parte de texto do livro "Gleanings from Robert Govett" -  Sentinel Kulp.


Um comentário:

  1. QUE PRECIOSO TESTEMUNHO!!Estou lendo o livro dele: Hades o lugar dos,Mortos!Realmente impressionante o discernimento!

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