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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O Coração da Adoração - Amar a Vontade de Deus

A grande questão entre Cristo e o Anticristo que são os direitos de Deus. É importante para nós, em conexão com esse conflito e com a adoração, conhecer quais são esses direitos. De uma maneira abrangente podemos dizer que quando falamos dos direitos de Deus, falamos de um estado de total entrega a Ele, onde tudo é para o Senhor, e onde o Seu prazer e satisfação é a consideração que nos cativa e domina. Esse ponto onde a mente, o coração e a vontade são governados pelo desejo de agradar o Senhor. Se o Senhor Jesus foi cheio de expressões de adoração a Deus, e se Ele é a encarnação desses direitos divinos, então podemos sentir a profundidade do sentido de algumas frases tão familiares, como, “Eu faço sempre o que lhe agrada” [Jo 8:29]. Isso é a expressão de uma vida. Isso engloba e cerca Sua vida, que é toda cheia disso. O que é que traz o deleite do Pai nEle? Para Ele, esta era a lei e consideração que governava todos os Seus movimentos, Seus caminhos, desejos e todas as ações. Isso é adoração, e isso também é o que significa o direito de Deus.

Eu imagino se alguma vez te ocorreu como o serviço e o louvor são trazidos juntos na Palavra de Deus, quase que sem exceção. Passe pelo livro de Êxodo com esse pensamento em mente. O primeiro desafio ao Faraó foi, “Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto” [Ex 7:16]. Então você percebe que na medida em que a demanda era pressionada, ela tomava uma forma definida. O Faraó disse, ‘vocês que são homens vão, mas deixem seus rebanhos e manadas’. A resposta a isso foi, ‘precisamos deles para servir ao Senhor’; e isso foi desenvolvido até que o serviço ao Senhor se tornou claramente visto como uma questão de adoração. E o altar estava no centro de tudo, e todo o serviço estava relacionado ao altar, até que - um bom tempo depois - vemos o desenvolvimento de toda ordem do sacerdócio Levítico, que era o serviço do Senhor. Tudo era uma questão de adoração. 

Então Israel, concentrado nos Levitas, se tornou um povo adorador, e sua adoração era o seu serviço, e o seu serviço ao Senhor era adoração. Paulo toma esse fato na sua carta aos Romanos, como você sabe: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é (literalmente) o vosso culto espiritual.” [Rm 12:1 – ASV – tradução nossa]. Nossas versões nos dão a tradução “seu culto racional”. Culto espiritual – culto racional.

Pensamos no serviço de Deus como sendo algo diferente; ou até mesmo como sendo muitas coisas. Mas o coração do serviço é a adoração, e adoração é o maior dos serviços. Então, sendo este o caso, existem uma ou duas coisas que precisamos verificar. A criação viva existe para a adoração a Deus, que é, para a satisfação de Deus, e isso é o serviço a Deus. Vida, portanto, deve ser reconhecida como uma tutela, um investimento feito por Deus com vistas a obter lucro, e esse lucro é Sua glória. Deus deu a vida como um investimento, para retornar a Ele com juros. “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto” [Jo 15:8]. 


Que fruto é esse? Bem, usando a ilustração do próprio Cristo em conexão com essas palavras, é uma expressão e trabalho daquela vida que temos em Cristo; devido a videira e os galhos, que tem apenas uma vida, com seu fruto crescendo e se desenvolvendo para a glória de Deus. Isso é serviço. Isso é o resultado da vida, o crescimento da vida. Deus nos deu a vida como um investimento.

Extraído do livro “O Cristo, o Anticristo, e a Igreja” – T.Austin-Sparks

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